O jornalista Marcos Teixeira é da cidade de São Félix do Piauí e vai completar 30 anos de profissão no ano de 2020. Marcos Teixeira, lembra que iniciou o curso de jornalismo em 1990. “Era o período do início da democracia, mas ainda existia na universidade um viés ideológico muito forte, a maioria dos estudantes tinham a convicção ideológica e partidária definida”, conta. O jornalista foi entrevistado no programa Vida de Repórter.
O profissional afirmou que neste período aprendeu que é preciso cuidado com a informação. “Eu aprendi lá dentro, e é algo que trago da academia: a preocupação com a informação. Se há maus médicos, que podem matar, o jornalista ruim é aquele que não sabe informar, e que provoca o mesmo dano”, afirmou.
De acordo com Marcos Teixeira, o “o jornalista tem que ser inquieto e não aceitar as coisas de cara. Eu não concebo jornalista que não é jornalista 24 horas. Não é obrigado você tá na emissora de Rádio ou Tv, em frente ao computador, o que importa é o seu olhar,” afirmou.
Na conversa, em certo momento, Iraildon Mota, que comanda o programa perguntou “se o jornalismo olha para as pessoas verdadeiramente?” O jornalista respondeu que no passado se tinha uma visão maior. “Eu cresci fazendo reportagem sobre seca. Conheço todos os 224 municípios do Piauí. Conheço todos no semiárido. Fiz grandes reportagens e acho que essa preocupação, que hoje o Governo Federal tem com o semiárido brasileiro, de identificar e de estabelecer programas de convivência com o semiárido e armazenar água foi a partir do jornalismo dessa época do início dos anos 2000”, ressaltou.
Marcos Teixeira, lembrou uma das reportagens mais marcantes que fez, e que passou na retrospectiva do Globo Repórter. “Eu cheguei na casa de um agricultor em Simões e quando eu olhei para o pátio inteiro as 80 vacas que ele criava estavam mortas por causa da seca, que tinha devastado tudo. E ele me olhou e disse que Deus já tinha levado tudo dele e se ele quisesse leva-lo, estava feito”, comentou o jornalista.
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