Este assunto é muito sério e todos nós fazemos parte, falando ou no silêncio confortável do nosso feed.
Quando o comunicador fala mais do assunto do que as fontes das quais são envolvidas diretamente no fato, se toma um lugar de fala do qual não é dele. Em essência social e operacional, se o jornalismo falar mais e perguntar menos, corre-se o risco imperativo do parcial se estabelecer, moldando um interesse de quem mais falou sobre o assunto.
O jornalismo pergunta para contar histórias, baseadas em pessoas e fatos reais. Não podemos nos julgar, e nem tentar ser, representantes absolutos da sociedade sem uma chancela, mesmo que seja tácita, dada por ela.
A forma mais adequada de conseguir esse "título" é deixando as fontes falarem de acordo com o filtro necessário ao tema.
Essa conquista de falar representando alguém na mídia vai muito além do diploma ou de ser um apresentador de TV.
A questão é que perguntar remete ao trabalho duro do jornalismo. Exige sensibilidade, pesquisa, entendimento do assunto, do contexto; selecionar, descartar e falar com a fonte certa. A técnica é fundamental, mas não se sobrepõe ao entendimento social exigido para se reportar por meio da mídia à sociedade.
Os fatores como o processo de produção, o tempo, o business e todos os interesses possíveis envolvidos para fazer uma reportagem são desafios diários que impedem o comunicador de fazer um jornalismo social amplo e imparcial.
E qual caminho seguir, então? O primeiro é: que o mundo da mídia não lhe entorpeça diante da sua humanidade como ser cidadão, respeitando os direitos de quem lê, ouve ou assiste. O resto é técnica e trabalho duro todos os dias.
O que você pensa sobre o assunto? Deixa aqui nos comentários.
Iraildon Mota
Jornalista e RP
CEO Comradio
Comentarios